segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sobreviver...

Eu já tinha noção de parto normal era o melhor pra mãe e pro bebê.
Mas eu ainda era ingênua, achava que realmente todas as cesáreas aconteciam porque realmente precisavam acontecer. E tb eu nem achava que era uma situação tão grave assim, porque eu cresci aprendendo que quando o bebê tem que nascer, o médico faz um corte na barriga da mãe e tira o bebê. Achava que parto normal era o mais saudável mas que não tinha problema nascer de cesárea, afinal, eu tinha nascido de cesárea e sobrevivi.
E com o tempo e com as muitas leituras que fiz, eu entendi. Os obstetras brasileiros, em sua grande maioria, prezam mais pela sua conveniência do que pelo bem-estar do bebê.
Eles tem um papo "fofo", de que respeitam as escolhas da mulher, de que o parto quem vai decidir é a mulher. Mas nas entrelinhas, durante o pré-natal, começa o terrorismo... bebê grande, bebê pequeno, muito líquido, pouco líquido, a mulher "moderna" que não merece sentir dor, vagina larga, bacia baixa... Argumentos que nunca justificariam uma cesárea viram pontos principais na tomada de uma decisão.
O médico fofo, que manda a gestante se preocupar com o quartinho do bebê, porque do parto ele cuida, pra mim, é um grande de um vigarista.
Um médico que sugere que uma cesárea eletiva até 3 semanas antes do que o bebê poderia nascer, é um grande de um palhaço, que rouba o parto da mulher e ainda depois da cirurgia solta um comentário qualquer pra que a cesárea vire salvadora. "Ainda bem que fizemos a cesárea, pois estava com o cordão enrolado no pescoço". Quantas e quantas vezes não ouvimos isso da boca da pobre mãe depois, acreditando que o médico realmente tinha salvado a vida do seu filho? Quando na verdade, o que ele fez, foi salvar o final de semana dele... ou a madrugada de sono ao lado da esposa do conchego do lar...
Sim...
as pessoas sobrevivem a cirurgias de extração de bebê para o nascimento. Mas será mesmo que sobreviver é o suficiente? Por que não viver? Por que não curtir a experiência com todas as suas dores e delícias? Por que deixar que um médico tome uma decisão de interromper um processo fisiológico do seu corpo?

Se você for a um médico e pedir para ele tirar o seu apêndice porque vc tem medo dele inflamar e você é muito moderna pra sentir dor, você acha mesmo que é viável fazer esse tipo de cirurgia? E por que então tirar o seu filho do casulo antes do tempo, antes de ele ter os pulmões maduros, só porque você estã ansiosa e não quer sentir dor?

E você acha mesmo que todas as cesáreas que acontecem no Brasil são necessárias? Na Holanda temos 14% de cirurgias de extração de bebê. No Brasil, são 52%... 90% no setor privado. Será que o DNA da mulher brasileira tem algum defeito? Será que o calor não deixa o colo do útero dilatar?

Foi fazendo esse tipo de análise que eu comecei a entender que o sistema de atendimento obstétrico no Brasil é temeroso, é lamentável, é desonesto...
Esse foi um dos primeiros vídeos que vi sobre o assunto e que mexeu muito comigo:

http://www.youtube.com/watch?v=mLa55FVO6Mw

Um comentário:

Fernanda Germer disse...

A pergunta é: Preciso mesmo de cesárea ou estou me deixando levar pelo que o médico acha que é melhor? E esse melhor é para minha saúde, saúde do meu filho? Ou é apenas o melhor para o médico? Perguntas pequenas com grandes respostas com certeza!