quinta-feira, 5 de abril de 2012

Medicalizando a vida

Desde que engravidei tenho pensado em como estamos inseridos em uma sociedade completamente medicalizada.
Para quase tudo, nunca se acha que o corpo humano dará "conta do recado". É vitamina pra isso, complexo pra tal coisa, complemento não sei do que...
Quantas e quantas mulheres recebem a prescrição médica de tomar vitaminas até o final da gestação? Será que são mesmo necessárias?
Eu acredito que uma boa alimentação dá sim conta do recado muito bem.
Eu tomei apenas o ácido fólico quando estava grávida, até as 14 semanas. Depois disso, não tomei mais nada. E durante toda a gestação me preocupei em ingerir muitas verduras, muitos legumes, proteína e pouco açúcar. Minha filha nasceu muito saudável e eu tb não tive problemas nem durante e nem depois da gestação. Essa pra mim, foi a prova de que a vitamina é desnecessária e não deve ser prescrita como padrão para todas as mulheres. Cada uma, como sempre e em todos os aspectos da gestação, deve ser analisada individualmente.
Dentro desse contexto, dá pra perceber que essa medicalização e essa falta de confiança no corpo permeia muitos aspectos da nossa vida.
É a mulher que não pode sentir dor de cabeça, é a mulher que não pode sentir cansaço pois faz jornada tripla e toma uma dose extra de energia em cápsulas, é a mulher que dá todos os complexos vitamínicos para os seus filhos sem acreditar na força do seu leite...
Qual seria o papel dos médicos nisso tudo?
Qual é a força da indústria farmacêutica dentro dos consultórios médicos?
Tudo entra em um mesmo pacotão: vitaminas prescritas por rotina durante o pré-natal, vitaminas prescritas por rotina para os bebês, a idéia de que ficar doente é crime, vacina para tudo quanto é tipo de doença e que as mães são incentivadas a darem sem ao menos conhecerem a doença e suas formas de contágio, a mãe que acha que seu corpo é assassino e vai matar o bebê bomba-relógio exatamente 1 hora após completar 40 semanas, médicos que medicalizam os partos fazendo 15mil intervenções, mães achando que parto é um evento perigoso (já que os médicos "tem" que fazer tanta coisa pra ficar tudo bem), médicos tornando os partos mais perigosos por suas intervenções de aceleração que depois resultam em uma cesárea salvadora...

Onde vamos parar?

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