segunda-feira, 30 de abril de 2012

Reflexões sobre o meu trabalho de parto


Depois de muito pensar e pensar, depois de escrever um relato e reler 15mil vezes pra realmente encontrar os pontos sobre os quais eu precisava refletir, eu queria dividir com vcs um pouquinho da minha experiência e ouvir os comentários de vcs... quem sabe assim não consigo ir caçando mais monstros aqui dentro...
Eu era daquelas que achava ótimo e super prático marcar o dia do "parto", fazer mão, escova, e chegar linda e loira na maternidade pra ter um filho... quanta ignorância...
Um belo dia, quase 1 ano antes de engravidar, eu caí no Blog Mamíferas. E devorei o blog. Li tudo. Pensei bastante. E vi o quanto eu estava errada e o quanto eu aida não estava preparada pra ter um filho. O quanto eu pensava só em mim, no meu conforto e nos meus medos e não estava preparada para sair da minha zona de conforto pra proporcionar uma chegada respeitável para a minha filha, no tempo dela, sem colírios agressivos, sem esfrega esfrega pra tirar o vernix, sem banho na primeira hora, sem horas no berçário...
Passei quase um ano lendo sobre parto humanizado e relatos de parto. Um dia, cai no relato da Anne Pires, e ali eu cheguei no nome da Mari. Guardei o nome dela e decidi que seria com ela que eu faria o meu pré-natal (por coincidência, eu até já tinha trocado alguns emails com a Mariana pois nos casamos quase na mesma época e ela tb participava de uma comunidade de noivas no orkut da qual eu participava tb).
Quando me descobri grávida, eu já tinha uma boa noção de como era difícil conseguir um parto normal em Campinas, sabia que Mariana seria mesmo a minha única escolha e liguei numa médica do convênio mesmo só pra ir lá pegar a guia pra fazer os exames de sangue. Escolhi ir lá pq eu tb estava muito assustada, curiosa e queria fazer logo um ultrassom pra ouvir o coraçãozinho batendo e ficar tranquila. Hoje eu até questiono um pouco essa minha atitude, mas acho que naquele momento, foi necessário para que eu pudesse dormir em paz, sem neuras. Como engravidei no primeiro mês de tentativas, eu ficava com medo de ainda ter hormônio da pílula no meu corpo e que isso prejudicasse alguma coisa, ai, sei lá, pensava tanta coisa sem noção....  

Enfim, levei o meu marido junto pra ele entender o que era um atendimento de uma médica de convênio. Cheguei lá, tava cheio de gente na sala, não tinha lugar pra sentar, ela me atendeu em 10 minutos, mal olhou no meu olho, me tratou como se eu fosse só "mais uma grávida". Isso me ajudou muito a fazer com que ele entendesse que, mesmo tendo convênio, não era hora de usá-lo.
Quando fomos na primeira consulta, entendemos que era com a Mari mesmo que tínhamos que ficar. Ela entendeu bem a minha personalidade e sabia lidar com a minha ansiedade e a minha curiosidade. Me deu uma lista enorme de sites sobre parto, sobre Medicina Baseada em Evidências, me incentivava a pesquisar e a discutir as minhas dúvidas com ela, a descobrir os meus medos e trabalhar nas consultas como poderíamos trabalhar para driblá-los.
A gravidez correu super bem, frequentamos bastante as reuniões do Samaúma.
Algumas vezes me peguei pensando sobre parto domiciliar, mas pra mim, acabava ficando fora de questão, porque quando minha filha nascesse eu já estaria morando em Nova Odessa, bem longe de qualquer hospital "decente" caso precisássemos de remoção ou tivéssemos alguma emergência. Além disso, eu, como filha única, sempre dependi muito da aprovação dos meus pais... Sempre fiz tudo na minha vida pensando em deixá-los orgulhosos. E se pra minha mãe, já era uma loucura tremenda e absurda eu ter um parto normal, pq ela acha que é muito perigoso, o que diria ela se eu tivesse um filho em casa? E qual seria o tamanho da minha culpa caso eu tentasse ter um filho em casa e precisasse ir pro hospital?
Não... eu não estava pronta pra um PD ainda. De jeito nenhum. Ainda era muito filha e pouco mãe. E estar em Nova Odessa era a desculpa perfeita isso. Hoje eu sei que eu sentia medo, eu não bancava emocionalmente um PD ainda (independente de ter ou não aprovação de alguém) e estar morando longe foi a muleta perfeita para que eu não me preocupasse em sair dessa zona de conforto.
Eu estava adorando estar grávida. Curtia cada chute, cada sensação nova. E hoje eu vejo o quanto eu estava completamente apegada à minha barriga. Eu achava que estava tranquila, que estava tudo bem, que eu estava pronta para receber a minha filha... fiz cartinha pra ela, fiz ritual de despedida da barriga, fiz tudo e mais um pouco q a Mari me recomendou (apesar de saber que o trabalho de parto só começa qdo o bebê solta um surfactante no líquido amniótico mostrando que o pulmão está pronto). Mas hoje, pela saudade que eu sinto da minha barriga e de ter ela se mexendo aqui dentro, eu vejo que a tranquilidade era só "discurso". Eu acho que no fundo, eu tinha medo que ela nascesse. Pois eu sabia que o mundo ia virar de cabeça pra baixo (e realmente virou... acabaram-se os restaurantes, os cinemas, os sábados na tv até de madrugada... tudo mudou drasticamente).
Com 41 semanas e 4 dias conversei com a Mariana. Ela sairia de férias dali a 3 dias e eu não queria arriscar, de jeito nenhum, ter um parto com plantonista. Eu sabia que não seria um parto legal e sabia dos riscos que eu correria de ir pra uma cesárea desnecessária. Assumi os riscos e pedi pra Mariana induzir o meu parto. Preferia correr o risco de uma indução mal sucedida e uma cesárea respeitosa com ela, do que uma cesárea mal indicada por plantonista. Ela disse que no dia seguinte iria mesmo me sugerir a indução caso a Ana não nascesse, e que se aquela era a minha escolha, naquele momento ela não via problemas em induzirmos. Disse que me internaria a noite e pediu pra gente bater um papo com a Lara, a nossa doula e psicóloga, pois talvez a Lara conseguisse nos ajudar a desatar alguns nós que pudessem estar impedindo o trabalho de parto.
As 19h30 a Mari colocou o primeiro comprimido de indução e me avisou que o colo não estava muito favorável ainda, que talvez demorasse ainda mais ou menos umas 36 horas pra Ana nascer.
A Lara, grávida, foi ao Vera Cruz, embaixo de chuva pra conversar com a gente. Chegou lá umas 9 da noite. E acho que foi uma conversa muito boa. Eu me senti apoiada e amparada. O Gabriel tb falou sobre alguns medos. Eu tb achei alguns outros medos do pós-parto, da responsabilidade que a bebê traria... Enquanto a gente conversava, eu sentia a barriga contrair algumas vezes. Ela já estava contraindo desde a tarde, mas tudo bem fraquinho, nada com mta dor, tudo bem tranquilo, sem dor e apenas uma leve cólica.
Um pouco depois da meia noite, o plantonista foi me examinar e colocar o segundo comprimido. Quando ele me examinou, disse que ainda parecia estar tudo do mesmo jeito, estava com o mesmo 1cm de dilatação de antes e ele tb disse que a minha filha ia nascer só na quinta-feira (isso era na noite de terça para quarta).
Eu tinha que ficar uma hora deitada com o comprimido.  Não aguentei. Uns 45 minutos depois, levantei pra fazer xixi. Escovei os dentes. O Gabriel já estava dormindo. Desliguei a TV. Deitei. E PLOC. Senti uma contração muito forte e um ploc por dentro. O Gabriel acordou com o AI que eu gritei. No primeiro momento, eu achei que Ana tivesse se assustado com a contração e tivesse dado um chute mais forte. Aí senti um molhadinho. Mais um molhadinho. E CHUÁÀÁÁ... Lavei o lençol... A bolsa rompeu.
O Gabriel chamou a enfermeira e eu fui pro chuveiro.
As contrações começaram a vir, mas eu estava bem consciente... Acho que vinham a cada 5 minutos mais ou menos. Eram meio fracas. O Gabriel ficou comigo dentro do banheiro, sentado no vaso, conversando, me observando e as contrações começaram a ficar mais doloridas. Isso era mais ou menos 1h30 da manhã.
às 3h, o Gabriel já não dava mais conta de mim sozinho. Começou a ficar nervoso e ligou pra Dorothe,qdo ele disse q as contrações estavam de 5 em 5, ela pediu pra ele monitorar por meia hora e ligar de novo. Meia hora depois, ele ligou pra ela, e ela foi pro hospital.
Eu comecei a sentir muita dor e não sabia lidar direito com ela. Eu sempre soube que ia doer. Mas eu não imaginava que fosse tão forte assim já logo no começo. Eu gritei algumas vezes, e ai me lembrei da Lara falando uma vez que em trabalho de parto, temos que tomar cuidado para não gritar de desespero. Que sentir a dor e expressar essa dor é normal, mas a exprtessão de desespero é diferente. Entre uma contração e outra, eu consegui analisar e percebi que meus gritos eram de desespero. Eu estava perdendo o foco. E me lembrei de alguns relatos que eu tinha lido, em que as mulheres diziam que qdo elas fazim um barulho tipo grunhido/gemido, era mais fácil lidar com a dor. E eu comecei a procurar esse som dentro de mim. Achei.
Ficou mais fácil passar pelas contrações. Depois eu pesquisei e vi que essa vibração da garganta ajuda a relaxar tudo por dentro, inclusive o colo do útero, ficando mais fácil para ele dilatar.
O problema foi que qdo eu estava ainda bem consciente da minha dor e sem conseguir lidar direito com ela, eu enfiei na minha cabeça que queria tomar anestesia pq eu não ia aguentar o trabalho de parto inteiro. E isso ficava martelando na minha cabeça o tempo inteiro. Apesar de conseguir passar bem por cada contração, eu ficava pedindo a anestesia. Sabe quando a gente cisma com uma coisa? Esqueci parto natural, circulo de fogo, esqueci tudo... foquei na dor...
Eu fiquei com a bola dentro do chuveiro. A bola tampava o ralo do box. E eu inundei o banheiro e o quarto um milhão de vezes. Cada hora que eu olhava lá dentro do quarto, tava cheio de enfermeiras com rodos e toalhas na mão... Esse movimento todo fazia com que eu continuasse querendo ter o controle, querendo saber o que estava acontecendo, e acho que isso pode ter me atrapalhado bastante durante o trabalho de parto. Eu não estava entregue por inteira.  As enfermeiras foram bem boazinhas, não reclamaram da bagunça que eu fiz, eu escutava elas falando que "parto normal é assim mesmo". Só teve uma q entrou no quarto qdo trocou o turno, acho q era umas 6 da manhã, que ficou me olhando na porta do banheiro e bem no meio de uma contração, teve a pachorra de me perguntar: "tá doendo muito?". Na mesma hora o Gabriel tirou ela dali.
Eu não queria sair do chuveiro de jeito nenhum. Mas aí a Dorothe me convenceu a sair um pouquinho. Qdo vinham as contrações, ela e o Gabriel apertavam meu quadril e a dor aliviava muito. Era como se quase não tivesse contração nenhuma. 
Eu me lembro muito bem dela falando pra mim, qdo eu reclamava q tinha mais contração chegando: "é menos uma contração", "uma contração de cada vez, agora não existe a anterior e nem a próxima, lide com esse agora". E o apoio dela foi fundamental pra que eu conseguisse realmente passar por uma contração de cada vez.
Quando o Gabriel falava comigo, eu fazia XIIUU pra ele, não queria ouvir a voz dele, nem q ele encostasse em mim. Uma vez ele tentou colocar a mão na minha barriga e levou um tapa... rsrs Mas eu gostava de ouvir a voz da Dorothe. As frases dela estavam me ajudando. E teve uma hora que eu me apoiei nos braços dela, pra me esticar durante as contrações. Acho que eu meio que transferi a "personagem". O apoio que eu não tive da minha mãe, que passou a gravidez toda me dizendo que tinha que tomar cuidado com parto normal, eu estava tendo ali com ela.
Depois, qdo fui na palestra da Naoli, ela falou sobre a questão de deixar as mulheres em paz, sobre o quanto é importante para o TP, sobre o marido que desviou o olhar e levou uma bronca da esposa. E fez todo o sentido pra mim. É isso mesmo. A mulher que vai parir tem que ser deixada em paz, no escuro, porque a luz nos faz doer os olhos, em silêncio e LIVRE, para ficar na posição em que seu corpo mandar. 
Eu não consigo imaginar essas pessoas que chegam nos hospitais em trabalho de parto e são obrigadas a ficar deitadas com sorinho na veia... gente... CRUELDADE, não tem outra palavra... crueldade restringir os movimentos de uma mulher numa hora dessas...
Durante o trabalho de parto eu assisti a filminhos na minha cabeça. Foi uma situação muito curiosa... Lembrei de fatos da minha infância que nem me lembrava que tinham acontecido, frases que ouvi, situações que me deixaram tristes... foi a hora de lavar a alma, colocar tudo pra fora, chorar por tudo que estava guardado dentro de mim... E foi uma delícia.
A Mari chegou no Vera Cruz umas 7 e meia pra me examinar. E eu continuava pedindo anestesia. Pedia pelo amor de Deus. Eu não conseguia perceber que eu estava lidando muito bem com as contrações. Eu só me atentava ao quanto elas doíam. Qdo ela me examinou, eu ainda tinha só 4cm de dilatação. Aí quase chorei... rsrsrs Falei pra ela q eu queria muito muito muito uma anestesia.
Eu acho que eu estava muito cansada, pois estava acordada desde as 5 da manhã do dia anterior e não tinha dormido bem. As dores foram pegando muito na minha lombar e eu estava com sono e mto cansada. Aí a Mari me perguntou se eu conseguia esperar um pouquinho pra tomar a analgesia, pq ela poderia atrapalhar a progressão do TP se eu tomasse naquele momento. E me pediu pra esperar uma hora e meia. E me prometeu que as 9h voltava pra me buscar.
A minha necessidade de controle era tanta, que eu perguntei de quanto em quanto tempo eu estava tendo contrações. Eu não lembro o que a Dorothe me respondeu, mas na hora eu fiz as contas de quantas contrações eu teria até as 9h, e fui contando  cada uma delas. Eu não conseguia me desligar. Só que que as contrações começaram a ficar cada vez menos espaçadas, e aí, qdo "nas minhas contas", já deveria ser perto de 9 horas, não tinha passado nem 40 minutos ainda.
O jeito foi esperar.
Umas 9 e pouco, a Mari chegou, já de touquinha e tudo, pra me levar pro centro cirurgico.
Tomei a analgesia e a Mari ligou um pouquinho da ocitocina. Depois ela me explicou que eu estava com contrações muito curtas e muito frequentes. Elas duravam em média uns 30 segundos apenas, e vinham muito rápido, a cada minuto e meio mais ou menos. Por isso a ocitocina foi necessária pra ajudar um pouco a dilatação, caso contrário a anestesia ia passar e eu ia ter q tomar de novo (pq eu tenho certeza que eu não ia aguentar começar a sentir tudo de novo). A dose maior de analgesia poderia prejudicar a progressão do trabalho de parto, e aí teríamos que usar ocitocina do mesmo jeito.
A Mari me disse pra descansar um pouco. Eu fiquei ali com o Gabriel do meu lado, dando umas cochiladas e acho que uns 40 minutos depois eu já estava com dilatação total.
Aí levantei, mas a Ana continuava alta. Dei umas reboladas na bola, o Gabriel ficou cantando dentro do centro cirurgico, todo mundo curtindo o momento e aí fui pra banqueta.
Eu conseguia sentir a barriga contraindo. A analgesia começou a passar. A dor que estava parada nas minhas costas, agora estava no bumbum. Era a Ana abrindo meus ossos, trilhando o seu caminho. (nota, pra quem diz que o quadril abre, ele abre, mas fecha viu gente? Qdo ela tinha 5 dias, eu fui na pediatra usando uma calça jeans que eu não usava desde antes de ficar grávida).
O expulsivo foi curtinho, em pouco tempo ela nasceu. Qdo a cabeça dela começou a sair, a Dorothe estava do nosso lado e chamou a Mari pra ela vir correndo, pq ela nem estava ali com a gente... rsrs
A Mari me disse pra colocar a mão, senti os cabelinhos dela ali... Era ela, prontinha pra chegar e abalar as estruturas! Ali eu me derreti toda, e foquei. Pensei "ela vai nascer agora", e fiz uma super força... não sei como não tive laceração..
Chegou a nossa pequena, com 3 circulares de cordão, 2 no pescoço e uma no corpinho... Trazendo a prova de muitas falsas indicações de cesárea: - gestação pós 40 semanas, - circular de cordão, - mãe acima do peso, - mãe sedentária, - bebê grande (estimativa de 3980g no ultimo ultrassom, e chegou com 3575g, provando que as máquinas erram)...
Eu me surpreendi com o neonatologista que nos atendeu no Vera. Ele deixou a Mari colocá-la no meu colo, Fiquei ali sentindo o cheirinho dela e vendo os olhinhos dela, já abertos, olhando pra mim. Ela não chorou quando nasceu. Nasceu sorrindo, direto pro aconchego do colo da mamãe. Ficou quietinha, observando e aprendendo a respirar. Chorou depois, qdo foi pro colo do médico. Nasceu linda, rosadinha, com apgar 10 e muito ativa.
Ele levou ela rapidinho pra pesar, medir etc. Foi o tempo de eu me levantar e deitar na maca, ela já veio pro meu colo de novo e ficou ali comigo o tempo todo. Acho que foram mais ou menos uns 40 minutos, enquanto a placenta saía e depois a Mari deu uns 2 pontinhos nos pequenos lábios. O períneo mesmo ficou inteiro :-). Aí enquanto eu descia pro quarto, ela foi pro berçário. Não teve colírio. Assinamos o termo para que ela não recebesse o colírio que previne contra conjutivite causada por gonorréia e clamídia. O gabriel ficou vendo tudo. Só colocaram a roupinha nela, ela ficou bem pouquinho tempo ali. Uns 10 a 15 minutos depois q eu estava no quarto, ela já chegou com o Gabriel acompanhando.
Depois de tanto tempo, fico me perguntando se o Misoprostol pode ter atrapalhado tudo isso. Se por um acaso as minhas contrações foram muito mais fortes do que deveriam ser. E acho que sim, a taquissistolia que tive e que foi a indicação da ocitocina pode sim ter sido provocada pela indução. E fico me perguntando se eu estivesse em casa, como teria sido.
Um dos medos que eu tinha, eu já encontrei: eu tinha medo de ir em trabalho de parto ativo pro hospital, pegar a Anhanguera com muitas dores e acabar "sofrendo" muito, pois todos os relatos que eu lia diziam que a parte mais dificil era a de entrar no carro e ir pro hospital. E é esse o ponto de partida que me começa a deixar com uma vontadezinha de PD no próximo. Se realmente o Misoprostol aumentou a intensidade das dores, fico aqui pensando que com uma doula eu acho que consigo fácil aguentar um trabalho de parto em casa. Outra coisa que me faz pensar muito em PD é o fato de ter que ficar no hospital separada de uma filha pra receber outro filho. Não me parece fazer muito sentido.... Acho que a família tb é dela e ela tem o direito de poder participar de tudo isso bem de pertinho. Tem o direito de ver o irmão nascer, de curtir junto com a gente os primeiros momentos com o novo membro da família.
O segundinho não é pra agora. Devemos encomendar só daqui uns 3 anos, por isso, acho que vou ter bastante tempo pra tentar elaborar meus medos.
Nessa gestação eu achava q tava tudo bem, mas depois eu vi que se eu tivesse ido mais a fundo, se tivesse feito umas 3 ou 4 consultas com a Lara antes, talvez o rumo do parto tivesse sido outro e eu não precisasse da indução.
Mas são só "e ses...". Acho que cada mulher tem o parto que merece e o meu foi importante para que me trouxesse muita reflexão. Me mostrasse que é muito difícil se entregar e tentar deixar de controlar tudo e que esses são os principais pontos que eu tenho que trabalhar para o próximo....
Como diz a Ana Cris, "a gente pari como a gente vive a vida". 

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