quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sobre a minha experiência de parto...

Parir um filho é uma emoção enorme. Não dá pra descrever o quanto a gente se inunda de ocitocina e o quanto isso faz bem pro nosso corpo e pra nossa alma.

Eu tive um parto que mostra quantos são os mitos difundidos pelas mulheres por meio dos médicos, que priorizam suas agendas e os seus bolsos.

A Ana Luísa nasceu de 41 semanas e 5 dias, quando há muitas mulheres por aí que querem "tentar normal" e recebem indicação de cesárea com 40 semanas pq se não o bebê vai "passar do tempo". Um bebê não passa do tempo. Quando chega a hora, ele nasce. Quarenta semanas é uma média, que pode varia entre 37 e 42 (e eu conheço casos que chegaram em 43). Não existe corpo assassino que mata um bebê na barriga. Existe médico ruim, que não sabe monitorar um bebê pós-termo.

Ela nasceu com 3 circulares de cordão. Sim, cordão no pescoço não mata bebê. Cerca de 30% dos bebês apresentam circular de cordão. É algo bem comum e nenhum bebê sufoca por conta de cordão, não haveria como, já que ele não respira na barriga. O bebê só passa a respirar depois que nasce. O correto seria esperar o cordão parar de pulsar para só então cortá-lo. Com essa atitude, o bebê passa a respirar devagar, vai reconhecendo o mundo novo e abrindo seu pulmão aos poucos. Quando um cordão é cortado imediatamente, ele é obrigado a aprender a respirar na marra, por falta de oxigênio (pois ele recebe oxigênio pelo sangue que circula no cordão) e essa primeira respiração forçada dói. É por isso que muitos bebês choram ao nascer (isso nada tem a ver com índice de apgar. Um bebê não precisa chorar quando nasce).

A Ana Luísa era considerada uma bebê grande. No último ultrassom que fizemos, recebemos uma estimativa de uma bebê de 4kg. Ainda assim, seria completamente possível ter um parto normal de uma bebê nesse peso, já que eu conheço pessoalmente bebês de mais de 4kg que nasceram de parto NATURAL e sem laceração no períneo. Dois dias depois, recebi nos braços uma bebê de 3,5kg. Sim, os ultrassons erram. Eles são máquinas acostumadas com um padrão, e nós somos pessoas. Não é porque dois bebês tem a mesma medida do femur, da barriga e da cabeça, que eles terão o mesmo peso :-)


Fica o recado: além de não ter a minha barriga cortada desnecessariamente, logo após o nascimento dela, quando o pediatra a pegou no colo, depois de ter cortado o cordão (depois que parou de pulsar), eu simplesmente LEVANTEI e SAÍ ANDANDO.
Porque é assim que a natureza diz que é pra ser. Sem cortes na barriga, sem cortes "lá embaixo" (episiotomia)... uma bebe que nasceu saudável, no tempo dela, com o pulmão completamente maduro e pronto pra respirar. E uma mãe inundada de ocitocina, muito disposta e pronta pra amamentar e segurar sua cria nos braços.

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